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Espinho Alheio


Durante a Era Glacial, muitos animais morriam por causa do frio. 
Os porcos-espinhos, percebendo esta situação, resolveram juntar-se em grupos, assim agasalhavam-se e protegiam-se mutuamente.
Mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que lhes forneciam calor. E, por isso tornavam a afastar-se uns dos outros. Voltaram a morrer congelados e precisavam fazer uma escolha: Desapareceriam da face da Terra ou aceitavam os espinhos do semelhante.
Com sabedoria, decidiram voltar e ficar juntos. Aprenderam, assim, a conviver com as pequenas feridas que uma relação muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.
 Sobreviveram!

O melhor grupo não é aquele que reúne membros perfeitos, mas aquele onde cada um aceita os defeitos do outro e consegue aceitação dos próprios defeitos. 

Woo Sing e o Espelho


 
Um dia, o pai de Woo Sing trouxe um espelho da grande cidade e pendurou-o na sala.

Woo Sing nunca tinha visto um espelho. Quando viu o espelho não compreendeu o que era e pensou que estava ali outro rapazito. Muito contente, achou que o menino viera brincar com ele. Riu e acenou e o menino no vidro fazia a mesma coisa, exactamente da mesma maneira. Falou amigavelmente com o desconhecido, mas não teve resposta. Pensando que o menino não o ouvia, Woo Sing resolveu aproximar-se. Mas quando começou a avançar o menino imitou-o.

Woo Sing achou estranho este comportamento, pensou que o menino estava a gozar com ele pois imitava tudo o que ele fazia. E quanto mais pensava nisso mais zangado ficava. Então reparou que o menino também estava zangado. Isso exasperou-o e, irritado, deu-lhe um estalo. Magoou a mão e foi a correr para o pai que lhe disse:

- O menino que tu viste era a tua própria imagem. Isso deve ensinar-te uma lição importante: tenta não perder a cabeça com as outras pessoas. Tu bateste no menino e só conseguiste magoar-te a ti mesmo.

Flores no Túmulo



Um Homem estava a colocar flores no túmulo de um parente, quando viu um chinês a colocar um prato de arroz na lápide ao lado. Ele virou-se para o chinês e perguntou:
- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?
E o chinês respondeu:
- Sim, quando o seu vier cheirar as flores.
 
"Respeitar as opções dos outros é uma das maiores virtudes do ser humano. As pessoas são diferentes, agem e pensam de formas diferentes. Não julgues. Tenta apenas compreender.” 

Paz Perfeita

 
Certa vez um rei teve de escolher entre duas pinturas, qual mais representava a paz perfeita. A primeira era um lago muito tranquilo, este lago era um espelho perfeito onde se reflectiam algumas plácidas montanhas que o rodeavam, sobre elas encontrava-se um céu muito azul com nuvens brancas. Todos os que olharam para esta pintura pensaram que ela reflectia a paz perfeita.

Já a segunda pintura também tinha montanhas, mas eram escabrosas e não tinham uma só planta, o céu era escuro, tenebroso e dele saíam faíscas de raios e trovões. Tudo isto não era pacífico. Mas, quando o rei observou mais atentamente, reparou que atrás de uma cascata havia um pequeno galho saindo de uma fenda na rocha. Neste galho encontrava-se um ninho. Ali, no meio do ruído da violenta camada de água, estava um passarinho calmamente sentado no seu ninho. Paz Perfeita. O rei escolheu essa segunda pintura e explicou:

"Paz não significa estar num lugar sem ruídos, sem problemas Ou sem dor. Paz significa que, apesar de se estar no meio de tudo isso, Permanecemos calmos e tranquilos no nosso coração. Este é o verdadeiro significado da paz."

Amigos Arábes

 
Conta uma lenda árabe que dois amigos viajavam pelo deserto e certo dia discutiram. Um deles esbofeteou outro, que ofendido e sem nada dizer escreveu na areia "Hoje, o meu melhor amigo bateu-me no rosto". Mais tarde fizeram as pazes e seguiram viagem. Ao chegar a um oásis resolveram tomar banho. O que havia sido esbofeteado começou a afogar-se, mas o amigo salvou-o. Quando recuperou escreveu numa pedra "Hoje o meu melhor amigo salvou-me a vida". Intrigado, o amigo perguntou:

- Por que depois que te bati, tu escreves-te na areia e agora escreves-te na pedra?

Sorrindo, o outro amigo respondeu:

- Quando um grande amigo nos ofende, deveremos escrever na areia, onde o vento do esquecimento e do perdão se encarregam de apagar. Porém quando nos faz algo grandioso, deveremos gravar na pedra da memória do coração, onde vento nenhum do mundo poderá apagar!

O Silêncio

Um homem dirigiu-se a um convento de clausura, isto é, um convento onde se vive longe do ruído da cidade e num silêncio desejado. Perguntou a um desses monges:
- Que aprendeis vós com a vossa vida de silêncio?
O monge estava a tirar água de um poço. Disse ao seu visitante:
- Olha para o fundo do poço. Que vês lá dentro?
O homem olhou para dentro e disse:
- Não vejo nada.
O monge ficou algum tempo sem se mover e no final disse ao visitante:
- Contempla agora. Que vês no fundo do poço?
O homem obedeceu e respondeu:
- Agora vejo-me a mim próprio: espelho-me na água.
O monge concluiu:
- Vês? Quando eu mergulho o balde, a água fica agitada. Agora, pelo contrário, está tranquila. É esta a experiência do silêncio: o homem vê-se a si próprio.